Era um completo estranho. Era um estranho que costumava fazer bem e um bem querer. Era um estranho bom que bombeava as emoções e o coração. Era um estranho bom que fazia rir. Era um estranho bom que as vezes ficava triste ou caia a cada topada da vida. Era um estranho bom que fazia escolhas para saciar a si mesma.
Era um estranho bom que no fim do dia dava coragem para seguir em frente e buscar meios de lidar com as emoções fortes. Era um estranho bom que detinha brilho próprio e vontade de se mostrar ao mundo. Era um estranho bom que sonhava e lutava para chegar onde quer. Era um estranho bom que dançava conforme a música e destoava o horizonte.
Era um estranho bom que ouvia música, calava-se quando necessário, dizia o que tinha que dizer, se culpava pelos atos, analisava os comportamentos alheios, e se posicionava diante da vida. Era um estranho bom que adquiriu maturidade através da dor. Era um estranho bom que era feliz ao seu modo e descobriu que não precisa da dor e sofrimento para se conhecer. Era um estranho bom que confiava mais em si, seus instintos e não cobrava nada de ninguém. Era um estranho bom que errava e continuava errando, mas acertava em dobro. Era um estranho bom que se inspirava nas poucas palavras e visualizava o futuro bom que a vida reservava.
O estranho não tinha cara, o estranho tinha emoções que as vezes viravam raiva, as vezes a emoção optava pela dúvida, as vezes as emoções ficavam ansiosas ou barulhentas em demasia. Então o estranho buscava meios de lidar com isso de pé. O estranho que cantarolava em inglês ou espanhol. O estranho que sabia o melhor para si e o estranho que se priorizava acima de tudo. O estranho bom que podia ser mau, mas optava pela luz.
O estranho que gastava saliva somente consigo e optava por deixar a vida fluir para frente e sair da zona de conforto. O estranho que se priorizou ao não olhar para trás. O estranho que confiava no próprio taco.
O estranho que tinha falhas e defeitos, as vezes procrastinava ou se sabotava, mas o estranho sempre optava pelo movimento e seguir em frente. O estranho que se curtia a ponto de não precisar de ninguém para ser ela. O estranho que dependia somente de si para ser ela mesma e buscava relacionamentos independentes e com pessoas decididas.
O estranho que se olhou no espelho e se perguntava se ainda era ela, afinal mudou muito e estava mais decidida e sabia se defender sozinha. A vulnerabilidade fazia parte da vida, as frustrações, os amores perdidos e os planos fracassados. Mas sem tudo isso o estranho não estaria onde estaria agora e não fitaria seu interior e faria uma avaliação de si mesma a fim de transmudar na sua melhor versão.
O estranho vivia na sombra, mas optou por transparecer na luz e mostrar quem realmente era. O estranho era mais esperto, duro quando precisava e preferia o melhor para si mesma.
O estranho era você mesma porque na medida que nos conhecemos saberemos nossas limitações e quem realmente somos. Você é decidida e obstinada e em meio a tantas dores e quedas se fez muralha e so queria por perto quem lhe dava a independência de ser a si mesma.   O amor não combina com dor. A dor é para mudar e se for para mudar prefiro continuar indo embora até encontrar a mim mesma mais solidificada.
Eu sou eu e finalmente entender o amor próprio é buscar se colocar em primeiro lugar e averiguar quem merecia estar na sua vida ou merecia ir embora a todo o sempre.
Faça o bem, abrace o sol, lide com todas as suas emoções, faça lista de suas conquistas diárias e se orgulhe de si mesma, confie em seu taco, confie em si, olhe sempre em frente, se ame muito a ponto de ser decidida e independente. Supere o que tem que ser superado, não queira migalhas, busque empatia a ponto de entender as vontades alheias. Se erga milhões de vezes e nunca se entregue a vida. Seja a protagonista da sua história. Tudo passa.
O futuro agradece. Seja você. Seja o estranho do espelho que não se reconhece mais porque mudou muito a ponto dos atos formarem completamente diferentes.
Seja único. Abrace o sol. Abrace a si mesma.


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